Preciosidade

O Espírito Santo é, apesar de pequeno em extensão, grande em qualidade de música produzida. Exemplos não faltam de bandas e músicos, sem predominância de estilo, que contribuem para a vida cultural capixaba. Do rockabilly da Viva las Vesgas à música eletrônica do Joe Zee, passando pelo sambarock do Tabacarana – temos de tudo.

Banda Sabará

Um exemplar da MPB em Vitória é a banda Sabará. A banda ganhou notoriedade a partir do bom desempenho no festival de música Vitória em Canto e agora populariza seu som em casas de show da capital.

A melodia do jazz mesclado a um suingue brasileiro do violão caracterizam a banda. Esses são alguns aspectos que a entrevista abaixo, feita com a Sabará, tenta trazer à tona.

Vitrine do Som: Qual a formação atual da banda?

Sabará: A banda tem oito componentes. São eles: Anselmo Pereira (Guitarra e Violão), Camila Borgo (Voz), Enzo Coppi (Saxofones), Fábio Corrêa (Bateria), Isabela Seccato (Voz), Janaína Vazzoler (Flauta), Paulo Vitor Calmon (Piano) e Ramon Martins (Baixo).

VS: Como os integrantes descrevem a proposta musical do grupo?

S: Em primeiro lugar, tocar o que nos dá prazer. Incluem-se aí músicas de grandes compositores da música popular brasileira, temas clássicos do jazz, influências que cada um dos integrantes recebeu na sua formação musical e também composições próprias… Tudo isso com o tempero “sabarano”.

VS: Por que “Sabará”?

S: Foi a brasilidade dos arranjos marcados pela mistura do jazz com um instrumento tão popular quanto o vilão que seus integrantes quiseram externar quando a batizaram como Sabará, nome de origem tupi que significa “pedra reluzente”.

Em seus shows, a Banda Sabará apresenta arranjos próprios para músicas de vários compositores brasileiros e estrangeiros, que são expoentes para seus músicos, além de apresentar composições próprias, tanto instrumentais quanto cantadas, sempre marcadas por muita leveza e musicalidade.

VS: Quais são suas maiores referências musicais?

S: Diariamente descobrimos novos músicos e canções pelas quais nos apaixonamos. Dentre as referências mais marcantes, podemos citar: Heitor Villa-Lobos, Tom Jobim, Moacir Santos, Pixinguinha, Cartola, Duke Ellington, John Coltane, Miles Davis, Edu Lobo, Elis Regina, Ivan Lins, Chico Buarque, Mônica Salmaso, Dorival Caymmi, Dori Caymmi, Guinga, Leila Pinheiro, Marcelo Camelo, Marcelo Martins, Chico Pinheiro, Diane Schuur, entre vários mais.

VS: O que os fizeram se apaixonar pela música? O primeiro contato com a música?

S: Cada integrante tem a sua relação especial com a música e suas próprias histórias. Em geral, a música faz parte da vida de cada um dos componentes da banda desde muito cedo, por meio da família, escola e grupos de igreja por exemplo.

VS: Vocês se consideram diferente das bandas que existem atualmente no meio de música MPB? Em quê?

S: Apesar de sermos uma banda, trabalhamos como uma orquestra. Como são 8 componentes, há uma possibilidade tremenda quanto ao processo criativo, permitindo que a banda seja um verdadeiro laboratório musical para todos os integrantes. Não é nada fácil encontrar 8 pessoas que possuam além do mesmo ideal, o de enaltecer a cultura do seu país, terem a disponibilidade de participar de um projeto desta magnitude juntamente com suas próprias profissões. E a junção entre essas pessoas se deu de uma forma peculiarmente natural, tanto que somos mais do que uma banda hoje, somos todos grandes amigos.

VS: Qual a freqüência de ensaio da banda?

S: Geralmente ensaiamos toda semana, aos sábados. Neste semestre, porém, os intervalos tem sido maiores por conta dos compromissos profissionais de todos nós.

VS: Recebem apoio ou fazem alguma parceria?

S: Recebemos o apoio do Spírito Jazz, casa que sempre nos recebeu de portas abertas. Temos uma parceria com Rafael Pedruzzi, nosso técnico de som, que praticamente é o nono componente da banda.

VS: Quantos de vocês vivem apenas de música?

S: Nenhum componente vive somente de música. Todos os componentes têm suas profissões ou são estudantes, mas, não é por isso que estes não se profissionalizam em música. Todos fizeram curso de teoria musical e alguns têm estudos aprofundados na área, além dos estudos relacionados ao seu próprio instrumento. São os próprios componentes que escrevem os arranjos executados pela banda.

VS: Pretendem lançar algum CD?

S: No momento estamos com outros projetos e prioridades. Ainda estamos compondo e preparando novos shows, mas, a possibilidade de gravar um cd sempre ronda nossos pensamentos, é claro. Mas, por enquanto, não é nossa prioridade.

VS: A internet ajuda na divulgação do trabalho da banda?

S: Sim, com certeza, o nosso myspace durante o período em que participamos do festival Vitória em Canto recebeu muitas visualizações. Foram mais de 1000 só na semana da final. Temos vídeos no youtube onde o público pode ver e ouvir as músicas das apresentações passadas.

VS: Qual a freqüência de shows?

S: A banda faz shows que geralmente coincidem com o período de recesso escolar.

VS: Como resolveram participar do Festival Vitória em Canto?

S: Achamos que seria uma boa oportunidade de mostrar o nosso trabalho para um público diferente do que o que habitualmente nos acompanha e também de expor a nossa proposta musical aos profissionais da área no nosso estado.

VS: O que mudou depois de vencer o festival?

S: Além da experiência, conseguimos um contato mais próximo com profissionais da área e foi possível lançar o nome “Sabará” no cenário cultural capixaba.

VS: Quais são os próximos projetos?

S: Ah, ainda estão em fase de elaboração. Mas, garantimos uma excelente apresentação nos próximos meses.

 

Isabella Zonta

Foto: Acervo da banda.

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Uma resposta para Preciosidade

  1. Maria Luiza de Lima Marques disse:

    Querido Ramom:
    Me orgulho muito, pois além de ter sido sua professora, somos amigos. Parabenizo a Banda Sabará. O nome é bem próximo a minhas origens, pois morava próximo ao município de Sabará, marcado por fatos históricos muito interessantes. Gostaria de assistir a uma apresentação ao vivo da banda, mas ainda não tive a oportunidade. Mas acredito que iniciativas como estas reforçam a importância da preservação da música brasileira, com músicos talentosos como vocês. Torço para que vocês tenham sucessos .
    Abraços,

    Maria Luiza

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